sexta-feira, 17 de junho de 2011

Artigo

“Sirvam nossas façanhas de modelo à toda a terra.”
Camila Hundertmarck

Quem leu o artigo da semana passada e quem ler o que estou escrevendo no momento, vai achar que eu sou uma regionalista rigorosíssima e que não suporto ouvir críticas relacionadas ao Estado onde nasci e me criei. Não é isso. Acredito que todas as críticas, positivas e negativas, são construtivas e válidas. No entanto, independente de ser gaúcha ou não, o que vou fazer agora é única e exclusivamente expressar minha opinião.

O assunto em questão tem gerado comentários no Brasil inteiro: O Hino do Estado do Rio Grande do Sul. A polêmica não é com o Hino em si, mas, sim, com o fato de ele ser cantado nos confrontos de Inter e Grêmio pelo Brasil a fora.

O fato, que eu já comentei no artigo anterior, é que o povo gaúcho tem verdadeiro amor pelo chão que pisa e o hino do Estado é símbolo desse orgulho. Os Estados do Rio de Janeiro e São Paulo, por exemplo, têm várias equipes que os representam. Cada uma delas compete por todo o território brasileiro para representa seu Estado. Nada mais justo que, minutos antes do jogo, seja tocado e cantado um pedacinho do hino do Estado pelo qual se joga.

Estranho, eu acho, é tocar o Hino Nacional Brasileiro. Quem joga pelo Brasil é a Seleção Brasileira e é dela o compromisso de tocar esse hino. Para os times que jogam para representar seus respectivos Estados, nada mais justo que tocar o hino estadual antes do início de cada partida. Isso não é se engrandecer perante o adversário, como muitos vêm comentando. Isso é apenas mostrar que se dá valor para esse pedacinho de chão pelo qual eles jogam.

A equipe do Internacional e do Grêmio são, como todo mundo sabe, grandes rivais. No entanto, dentro do estádio os dois times se unem e cantam com orgulho o hino do estado que representam.

A multidão tricolor e a multidão colorada fazem ecoar as paredes do Olímpico e do Beira-Rio e dos estádios pelo País inteiro. São milhares de torcedores que, mais que gremistas e colorados, são gaúchos. É por isso que ouvir e cantar os versos do hino rio-grandense são tão importantes antes do início de cada partida.

Ao invés de tomar por ofensa a atitude das equipes gaúchas, estes que estão criticando deveriam tomar essa atitude como exemplo. Se todas as equipes do esporte brasileiro tivessem o orgulho que o povo gaúcho tem do seu Estado, talvez as partidas fossem mais respeitadas e menos violentas. Quando se joga por algo além das cores da camisa e além do emblema de um time, quando se joga de verdade por um pedaço de chão, por um Estado e não somente por um título, o retorno é muito maior. Nesse caso, o hino não é e nunca será uma ofensa perante as outras equipes e, sim, uma ferramenta para impulsionar a vontade do atleta de jogar e do torcedor de vibrar por algo maior.

Nenhum comentário:

Postar um comentário