quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Instinto Materno

Cadela adota e amamenta gato recém-nascido
SÃO MIGUEL DO OESTE

A cadelinha Sheron, de pouco mais de um ano, demostra todo seu desejo de ser mãe, cuidando e amamentando a gatinha recém-nascida Cristal

Texto e fotos: Camila Hundertmarck

Sheron e Cristal
Sheron e Cristal vivem uma relação diferente. A gatinha abandonada pela mãe biológica, mama e recebe a proteção da nova mãe há uma semana. O amor entre os dois animais chamou a atenção dos donos e vem comovendo os vizinhos. Eliane Diehl e Diego Trentin encontraram a gatinha Cristal na terça-feira de carnaval em uma associação campestre onde foram almoçar com a família.
Eliane conta que a gatinha foi encontrada encima de uma pilha de lixo e entulho. Ela estava muito machucada e ainda tinha junto ao corpo o cordão umbilical. “Nós encontramos a gatinha jogada no meio do entulho. Meu marido foi buscar ela perguntou para uma mulher se ela tinha mãe, porque ela estava machucada e com um olhinho furado. A mulher disse que a gata que é mãe dela, não cuida dos filhotes, aí nós resolvemos ficar com ela”, relata.
Ao chegar em casa, Eliane se preocupou quando notou que a temperatura do corpo do filhote estava cada vez mais baixa. Foi aí que surgiu a ideia de colocá-la encima da barriga da cadelinha Sheron para que ela se esquentasse. “Quando chegamos em casa vimos que ela estava gelada. Peguei uma mamadeira de boneca e tentei dar leite para ela mas não consegui. Tive a ideia de colocar a gata na barriguinha da Sheron, para ver se ela se esquentava, senão ela ia morrer de frio”, conta.
Eliane recorda que Sheron não se incomodou com a presença do filhote e até deixou que ele se esquentasse junto ao seu corpo. Poucas horas depois, Eliane e o marido se surpreenderam quando perceberam um líquido branco na barriga da cadelinha. “Nós íamos esperar até o outro dia para ver se ela ia conseguir sobreviver e se ela conseguisse nós íamos tentar dar leite de novo para ela ou levar no veterinário pra ver o que podia ser feito. De repente nós fomos olhar as duas e vimos que a Sheron estava com a barriga molhada. Nós até pensamos que pudesse ser xixi da Cristal, mas, quando vimos, era leite. Eu apertei as tetinhas para ver e ela tinha leite em todas”, explica.
Diante da surpresa, os pais da cadelinha Sheron resolveram leva-la junto com seu filhote adotivo para uma consulta no veterinário. Eliana conta que até mesmo o veterinário se surpreendeu com o que viu. “Nós levamos as duas no veterinário e ele falou que a gatinha deve estar com uns seis dias. Agora estamos dando suplemento para ver se ela mantem o leite. Ela está cuidando da Cristal como se fosse filha dela”, relata.
Diego e Eliane com os papais de Cristal

A ADOÇÃO DE SHERON
Assim como a pequena Cristal, a cadelinha Sheron também foi adotada pelo casal Eliane e Diego. Eliane conta que se sentiu na obrigação de proteger a cadelinha vira-lata quando percebeu que estava em perigo. “Peguei ela na favela, o dono queria matar. Eu fiquei com pena e trouxe para casa”, afirma.
 Hoje, Sheron e o poodle Benjamim fazem o que parecia impossível no mundo animal. Os dois se uniram para cuidar do pequeno filhote e não saem mais de perto dele. “Benjamim aceitou muito bem a Cristal e até ajuda a cuidar dela. Até porque eles se gostam muito e eu acho que é por isso que ele ajuda a Sheron a cuidar”, justifica.
Sheron não sai mais de perto do pequeno filhote


ALEITAMENTO
         O veterinário Diego Rossini foi quem prestou o atendimento à Sheron e seu filhote adotivo. Ele conta que se surpreendeu e emocionou com a situação. “É uma emoção e gratificação muito grande porque não é uma coisa comum de a gente ver. Se ela não adotasse a gatinha, provavelmente ela ia vir a óbito” relata. 
        Diego explica que no mundo animal, é difícil acontecer a adoção de animais de diferentes espécies, porém, não é impossível. “Não quer dizer que seja comum e nem raro, depende muito do animal ter esse instinto materno. Se não houver rejeição por parte do outro animal, acaba sendo comum, principalmente quando se trata de filhotes”, explica.
        O veterinário conta ainda que a produção de leite acontece quando o filhotinho tenta mamar na mãe adotiva. “O estímulo da produção de leite acontece quando o filhotinho tenta mamar. Nesse caso, os hormônios acabam tendo influência no fator de aleitamento. Nós receitamos medicamentos específicos para aumentar a produção de leite até porque a cadelinha não estava preparada e nunca tinha tido filhotes”, justifica.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Frase do Dia

Sábia Clarissa Corrêa:

"Acabei me afastando de algumas pessoas. A gente sente direitinho quem quer o nosso bem. Se eu estou feliz e você gosta de mim, por favor fique feliz também. Se os seus sonhos e planos não deram certo, por gentileza, não descarregue em mim. Também tenho sonhos e planos que não se concretizaram e nem por isso sou amarga. Nem por isso não desejo a sua felicidade.Difícil mesmo é ficar feliz quando o outro conquista alguma coisa. Quando o outro está com o coração sorrindo. A gente percebe direitinho sorrisos amarelos, olhares não sinceros. Acho isso tão pequeno. Se você gosta de alguém, se é amigo de alguém é obrigação ficar feliz pela pessoa."




Solidariedade

Família abre as portas de casa para 
abrigar animais abandonados

ANCHIETA

Texto e fotos: Camila Hundertmarck


Unidos pelo ideal de diminuir o sofrimento dos animais de rua, a família Della Méa abriga, medica e alimenta cerca de 24 “boquinhas”. Baseado na cooperação, na ajuda mútua e no carinho, Natália Della Méa, 11 anos, abrigou, desde os seus primeiros anos de idade, mais de 30 gatos abandonados e mal tratados pelos antigos donos.  Ela conta que o carinho pelos animais passou de mãe para filha. “Minha mãe começou a cuidar deles e depois eu também quis ajudar. Tenho pena de vê-los abandonados na rua”, justifica.
Natália revela que os cuidados começaram por conta dos inúmeros abandonos e maus tratos a animais na cidade. “Tem gente que solta os gatos em sacolas e caixas na rua. Às vezes encontro alguns embaixo dos motores dos carros, sujos de óleo ou amarrados. Eu os tiro de lá e os trago para casa para cuidar”, relata.

Hoje em dia todos os gatos estão recuperados, mas nem sempre foi assim. Natália conta que já encontrou gatos muito machucados por atropelamentos e até mesmo por outros animais. Quando isso acontece, a família Della Méa se disponibiliza a prestar o socorro necessário e dar abrigo aos gatinhos. “Nós cuidamos deles até se recuperarem e depois eles acabam ficando aqui em casa”, explica Natália.
         Um exemplo é o gato Michi, com seis anos de idade, o mais idoso do grupo. Quem o vê hoje não imagina o que o bichano já passou. A mãe de Natália, Bernadete Della Méa, conta que o gato estava muito debilitado quando a família o encontrou. “Ele foi atropelado, tinha perdido todo o pêlo e andava apenas com as duas patinhas de trás”, lembra. Apesar de o estado de saúde de Michi ter sido grave na época, mãe e filha uniram-se e conseguiram recuperar boa parte dos seus movimentos. “Nós acabamos cuidando dele. Pegamos ele e começamos alimentá-lo e a movimentá-lo todo dia, até que se recuperou”, conta.
         A família se dispôs ainda a cuidar de um cão que apareceu na residência com o maxilar quebrado. O defeito na boca do animal jamais foi curado, mas os cuidados à base de remédios e muito carinho fizeram com que o cão se recuperasse parcialmente. “Ele apareceu por aqui e colocamos remédio na sua boca. Ele até melhorou, mas a mordida continuou atravessada. Por isso temos que dar coisas mais macias pra ele comer”, relata.
Apesar da paixão por gatos ter aumentado nos últimos anos, Bernadete conta que não é de hoje que se disponibiliza a cuidar e dar abrigo aos animais. “Cuidamos de gatos há quase 20 anos. É de família. Já tivemos muitos outros, mas alguns deles morreram envenenados e atropelados e outros foram embora”, relembra. Os gatos dividem o porão da casa de Natália com dois cachorros, mas Bernadete afirma que o que não falta é conforto para os felinos. “Tem cama pra todo mundo”, garante.
         A mãe de Natália relembra ainda que no começo era possível contar com a ajuda de um restaurante da cidade que doava as sobras de comidas para que a família alimentasse os gatos. Após a decisão de um promotor de justiça, no entanto, a família não pôde mais contar com esse tipo de doação e, por isso, teve de procurar soluções para que não faltassem alimentos e remédios aos animais.  “De vez em quando não tem comida. Quando isso acontece, a gente cozinha arroz, pega carne e dá para todos. Nós não gastamos com medicação para a família, mas para os bichos sempre tem que ter”, revela.

A DOR QUE VEM COM O APEGO

Mesmo trazendo muitas alegrias para a família, cuidar de animais de estimação também tem uma parte ruim. O apego e o carinho que aumentam com o passar do tempo fazem com que a hora da despedida seja sempre muito dolorosa. Natália pretende cuidar dos gatinhos por muito tempo, mas conta que a parte mais triste é quando algum deles morre. “Esses dias morreu nas minhas mãos um dos meus gatinhos pretos que sofreu envenenamento. Eu chorei muito”, lembra.
Bernadete explica que a preocupação com os animais abandonados existe, pois não há um local apropriado para deixá-los. “Deviam fundar uma ONG e ter mais consciência para não colocar os animais nas portas das casas. Quem tem um animalzinho tem que cuidar”, finaliza.

Estiagem

Chuva melhora condições de pastagens, mas 
situação da água ainda é problema

SÃO MIGUEL DO OESTE

Camila Hundertmarck

Gerente regional da Casan, Gilmar Rigo
A chuva da última terça-feira chegou a 30 milímetros em São Miguel do Oeste e em várias cidades da região, mas ainda não melhorou o quadro de escassez de água nos municípios do oeste catarinense. Conforme o engenheiro agrônomo da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), Mateus Seganfredo, foi possível perceber melhora nas condições das pastagens, mas para recuperar os mananciais de água e a qualidade dos grãos é preciso que chova ainda mais. “Como a parte de pastagem tem a raiz mais superficial, ela vai dar uma rebrotada com esta chuva. Porém, para a questão da água e para a questão de cultura de grãos, especialmente milho e soja, onde foram localizadas muitas perdas, ainda não mudou nada. A situação ainda é delicada, por isso, ainda existe a necessidade de se fazer economia”, explica.
O agrônomo revela que alguns agricultores já começaram o plantio de pastagens de inverno, mas afirma que o problema pode se repetir se a estiagem continuar. “No plantio, algumas pessoas estão até se arriscando a plantar algumas pastagens de inverno. Até haveria condições, mas se ficar uma semana sem chuva, nós vamos ter problema de novo”, justifica.
Conforme o meteorologista Ronaldo Coutinho, a previsão é de pancadas de chuva para quase todos os dias da próxima semana. “Ainda há chances de pancadas de chuva quase todos os dias. Em alguns pontos do oeste choverá pouco e em outras nada. Mas não é uma chuva muito grande, o importante é que ajuda na parte de lavoura e pastagem”, afirma. Coutinho ressalta que apesar das pancadas regulares, a quantidade de chuva ainda é pequena para melhorar a situação da água na região. “A chuva está voltando e já melhorou muito em relação ao que estava no final de dezembro e janeiro, quando não chovia. Porém, não está resolvendo em nada o problema de água. Deve levar mais tempo para a recuperação da água. Provavelmente mais um ou dois meses”, explica.
Ele revela ainda que a chuva em maior quantidade deve vir no final de março e nos meses que seguem. Coutinho explica que o ideal é que a situação seja revertida aos poucos. “O ideal é que a recuperação seja lenta, é melhor que chova 20 ou 30% a mais em março, em abril e em maio do que ter o dobro da chuva em março. Esse pouquinho a mais da média é suficiente para ir repondo”, relata.  
O gerente regional da Casan, Gilmar Rigo, afirma que o racionamento deve continuar até que o volume de chuva aumente. “Nós continuamos com o sistema de rodízio atual, até porque essa chuva que veio, embora ela seja uma chuva boa, não conseguiu evoluir a questão do nível das águas dos mananciais. Ela trouxe uma pequena melhora, mas se nós tivermos maior volume de chuva nos próximos dias, não há dúvida de que nós conseguiremos normalizar a situação da água”, destaca.
Rigo ressalta ainda que o consumo de água baixou nos últimos dias por conta da diminuição da temperatura mas o alerta ainda é de que a população fique atenta e faça uso consciente da água até que a situação se normalize. “O que dá pra se notar é que diminuiu bastante o consumo, pois a temperatura baixou. Mas, continua o alerta para que a população continue economizando até que chova um volume grande de água. Ainda há estado de alerta e, por isso, a população precisa continuar se conscientizando sobre o uso da água”, conclui.

Internet

Quando a rede vira um vício

Camila Hundertmarck

É difícil perceber o momento em que alguém deixa de fazer o uso saudável da Internet para estabelecer com ela uma relação de dependência. O diagnóstico do vício pode ser detectado a partir do momento em que comportamentos relacionados à Internet começam a interferir nas relações sociais da vida de uma pessoa. Desde seu surgimento no auge da Guerra Fria, por volta de 1960, a Internet se tornou importante fonte de pesquisa, informação e entretenimento. O uso da Rede encurtou distâncias, aproximou fronteiras e democratizou o acesso à informação. Porém, para algumas pessoas, a Internet assumiu um papel polêmico. Hoje em dia, muita gente não consegue imaginar ficar longe do monitor por alguns minutos sequer.

Luisa Regina Ceccon, 16 anos, passa a maior parte do seu tempo navegando na Internet. São em média 11 horas em frente ao computador. “É mais tempo do que eu devia, mas como isso já virou uma rotina não tem como evitar”, relata. A adolescente conta que quando está em frente ao computador acaba esquecendo as demais atividades e tarefas diárias. “Com esse vício, acabei esquecendo de compromissos e tendo desatenção nas atividades cotidianas”, avalia.
Para Luisa, a ansiedade da informação é uma das principais causas para essa procura tão grande da Internet. “Já tentei ficar um tempo sem, mas acabo ficando ansiosa, pois quando isso vicia, você sempre tem a curiosidade de saber o que esta acontecendo no mundo virtual”, conta. Luisa ressalta que apesar do gosto pela rede, conhece as conseqüências do uso indevido dela para o convívio social. “Tudo o que é em excesso prejudica. Acabamos trocando nossa vida real pela virtual, e isso gera várias conseqüências para o nosso convívio em sociedade”, reflete.
Na atualidade é quase impossível achar quem não seja adepto do mundo virtual. Luisa acredita que com as facilidades que a rede traz fica impossível se desligar dela por muito tempo. “Creio que agora e ao passar dos anos as pessoas vão se tornar cada vez mais dependentes do computador, porque através dele você pode fazer várias atividades sem precisar sair de casa”, relata. A adolescente cita ainda que a partir da Internet é possível criar um mundo próprio com todas as coisas que caracterizam seu gosto pessoal. “Você cria o seu mundo, você pode escolher o que quer ver ou não. Por isso as pessoas estão cada vez mais substituindo o mundo real pelo virtual”, opina.

INFORMAÇÃO E PRATICIDADE

Para outras pessoas, no entanto, a timidez é o principal motivo da substituição do mundo real pelo virtual. Dessa forma, as redes sociais, como Orkut, Facebook e Twitter, se fortificam cada vez mais. Hoje em dia, com a tecnologia dos notebooks, tablets, ipod’s e diversos outros tipos de aparelhos móveis, ficou ainda mais fácil se conectar a Internet em qualquer lugar, a qualquer momento.
Luiz Felipe Barth, 17 anos, se considera um viciado em Internet, porém, conta que sabe selecionar o tempo certo para navegar pela rede. “Apesar de ser viciado, eu sei a hora certa de usar a Internet, até porque durante o dia eu não tenho muito tempo para navegar”, relata. Luis Felipe conta ainda que a grande procura pela rede acontece por causa das inúmeras oportunidades que ela oferece. “Na Internet não tem apenas coisas fúteis, tem bastante informação e entretenimento também”, garante.
O adolescente passa, em média, cinco horas diárias navegando na Internet. Conforme ele, os afazeres diários fazem com que o único período disponível para o acesso à Internet seja a madrugada. “Eu sei que eu deveria dormir mais cedo, mas como durante o dia não tenho muito tempo para isso, eu navego de madrugada para conversar e me manter atualizado”, diz. Luiz Felipe destaca, porém, que sabe as conseqüências que o uso excessivo da Internet pode causar. :)“Tudo que é demais prejudica”, afirma o adolescente. Para ele, a facilidade em encontrar tudo o que se procura é um dos principais motivos pelos quais a Internet vem chamando tanto a atenção. “A Internet possibilita essa praticidade de conseguir informações e entretenimento, a facilidade de conhecer gente nova e conversar com seus amigos”, justifica.


ENTRETENIMENTO PARA TODAS AS IDADES


Rosane Hundertmarck

Até mesmo quem fazia do computador um bicho de sete cabeças já aderiu à moda e não deixa de dar uma conferida na rede uma ou duas vezes por dia. A dona de casa Rosane Pompeo, 50 anos, é um exemplo de que a Internet possui adeptos de todas as idades. Ela relata que nunca havia se interessado pela rede antes de conhecer as facilidades e possibilidades que ela disponibiliza. “Comecei a usar a Internet quando meus filhos criaram uma rede social para mim. No começo foi muito difícil aprender, mas com o tempo ficou tudo mais fácil”, revela. Segundo ela, que também é artista plástica, a Internet, além de diversão, também pode agregar conhecimento. “Faço pesquisas de desenhos para minhas pinturas, procuro as músicas que gosto e ainda falo com minha filha que está longe”, justifica.

A dona de casa opina que o uso da Internet deve ser moderado e controlado pelos pais quando os usuários são crianças e adolescentes. “Vejo crianças de 5 ou 6 anos navegando por horas na Internet. Além da possibilidade do vício, a Internet possui muitos perigos e os pais devem ficar atentos”, aconselha. Para ela, o acompanhamento dos pais é fundamental para a formação do comportamento dos filhos. “Acho que os pais têm que dar um limite, distribuir outras tarefas no dia-dia da criança, como a leitura de um livro, por exemplo”, finaliza.



sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Dia Mundial do Câncer


Em 20 anos, doença deve ser a principal causa de morte

Lembrado no dia 4 de fevereiro, o Dia Mundial do Câncer é uma oportunidade para chamar a atenção sobre o crescimento dos casos da enfermidade, que até 2030 deve ultrapassar as doenças cardiovasculares e se tornar a principal causa de morte no mundo

SÃO MIGUEL DO OESTE

Camila Hundertmarck

     O Dia Mundial do Câncer foi instituído em 2005 pela União Internacional para o Controle do Câncer (UICC) e é celebrado todo o ano no dia 4 de fevereiro. A data tem como objetivo chamar a atenção das nações, líderes governamentais, gestores de saúde e do público em geral para o crescimento do câncer, que vem atingindo proporções alarmantes no mundo. Conforme dados oficiais da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 12,7 milhões de pessoas são diagnosticadas todo ano com câncer e 7,6 milhões de pessoas morrem vítimas da doença. Os estudos revelam que até 2030 serão 26 milhões de novos caso e 17 milhões de mortes por ano no mundo.
     Em São Miguel do Oeste, até o ano de 2009, cerca de 40 pessoas morreram vitimas de câncer.  Conforme os dados apresentados em palestras no município, traquéia, laringe, lábio, boca, brônquios e pulmões foram os órgãos com maior incidência das neoplasias. Os cânceres de estômago, esôfago, fígado, pâncreas próstata, mama e colo do útero também entram nas estatísticas de mortes na região. Somados, esses tipos de cânceres fizeram mais de 50 vítimas de 2005 a 2009 no município.
    De acordo com a secretária da saúde, Beatriz Soares, é freqüente o número de casos diagnosticados todo o ano em São Miguel do Oeste. “Temos praticamente todos os dias casos diagnosticados. Não temos um dia específico para cuidar do câncer, mas trabalhamos em todas as nossas ações. A gente sempre está falando na prevenção. Os próprios agentes de saúde, quando passam nas casas, reforçam o cuidado que se tem que ter com a doença”, adverte.
     Beatriz ressalta que a quantidade de casos vem aumentando espantosamente ano após ano no município. Para ela, os principais motivos são as condições climáticas, os hábitos alimentares e os tóxicos. “É assustador a quantidade de pessoas que são diagnosticadas com câncer. O sol está mais intenso, os alimentos que a gente ingere são inadequados e infelizmente a população não tem uma redução do uso do cigarro. O tabaco também é um importante causador do câncer”, explica.
     Conforme o clínico geral Wilson Stang, os cânceres que mais matam no mundo são os de pulmão, mama, colo uterino, retal e esôfago. Ele explica que o aumento no número de casos de câncer não é uma realidade apenas brasileira, já que os diagnósticos estão aumentando no mundo todo. Stang revela que a população precisa estar atenta aos sintomas para que seja possível um diagnóstico precoce. “Quanto mais precoce o câncer for diagnosticado, mais chances de cura terá. Se for diagnosticado no principio, ele pode ser curado em até 100% dos casos” explica.
    O médico alerta ainda que as pessoas que já possuem histórico de câncer na família devem ter um cuidado redobrado. “A população precisa ficar atenta no que diz respeito ao câncer. Aqueles que já tiveram casos da doença na família devem ficar ainda mais alertas. Para isso, é preciso que se faça consultas regulares e exames específicos para cada tipo de câncer”, explica.
     Ao receber o diagnóstico da suspeita, o paciente precisa ser operado imediatamente para coleta do material que deve ser encaminhado para a biópsia. Se a suspeita for confirmada, é preciso que o paciente seja encaminhado para um cirurgião geral ou oncologista. Stang explica que o cirurgião é responsável pela retirada do tumor, mas que o restante do tratamento deve ser feito por quimioterapia. “Após a retirada da neoplasia, é feito um tratamento com quimioterápicos para tratar as células neoplásicas que ainda persistem. Além disso, pode se fazer um tratamento associado à radioterapia que também auxilia na eliminação de células cancerígenas”, ressalta.

A DESCOBERTA DA DOENÇA
Carmem Maria Lolatto
      A dona de casa, Carmem Maria Lolatto, 50 anos, descobriu que tinha câncer há quase dois anos. Ela conta que as células cancerígenas do sistema linfático foram descobertas através de consultas e exames feitos todo o ano. “Eu fazia sempre os meus exames de rotina e uma vez por ano mamografia e duas vezes ultrassons do seio e intra-vaginal, que são órgãos onde as mulheres têm mais probabilidades de ter câncer”, relata.
       Carmem conta que os sintomas eram parecidos com a menopausa e que por isso nunca imaginou que poderia se tratar de câncer. “Eu tinha muito cansaço e calorão e achava que era porque já tinha entrado na menopausa. Eu nunca pensei que eu estivesse com a célula cancerígena. Fui fazer meus exames e sempre apareciam nódulos nos meus seios, mas eles não aumentavam nem diminuíam”, conta. A dona de casa explica que só pensou em procurar o médico novamente, após a descoberta de outros três nódulos no pescoço. “Um dia me deu uma dor forte no pescoço. Minha filha olhou e sentiu que tinha três nódulos. Fiz uma consulta e foi retirado um para biópsia”, narra.
        Dias após a consulta e a retirada de um dos nódulos, Carmem recebeu a triste notícia. “Quando veio o resultado, o médico me chamou no consultório e me contou que a notícia não era boa. Ele disse que era câncer”, relembra. Apesar da má notícia, Carmem tinha dois aliados. O câncer estava em fase inicial e não era o mais agressivo. Ela, porém, conta que a sensação foi a pior possível. “A minha primeira sensação foi de morte. Algo muito ruim. Depois, com o passar do tempo, fui aceitando. Hoje em dia a medicina está muito avançada e é possível buscar muitos tratamentos para se recuperar”, ressalta.

QUIMIOTERAPIA
        Uma das fases mais desgastantes do tratamento contra o câncer é a quimioterapia. Os medicamentos utilizados para combater as células cancerígenas são responsáveis pela perda de cabelo nos pacientes. Carmem conta que esta foi uma das fases mais difíceis e mais tristes pela qual já passou. “Na primeira quimioterapia, eu puxava o cabelo e caia. Eu fiquei totalmente careca, mas eu tinha que passar por esse processo. É muito ruim se olhar no espelho e se ver daquela forma”, relata.
       Perto de completar dois anos de tratamento, Carmem está curada. Hoje ela faz quimioterapias de manutenção, apenas para controlar os nódulos e  ter a certeza de que eles não voltem a aparecer em outras partes do corpo. “Na metade do tratamento, os linfomas já haviam sumido. Continuo fazendo quimioterapia de manutenção para não deixar o câncer voltar e, além disso, preciso ter cuidado com a minha alimentação”, explica. Apesar das dificuldades, a dona de casa afirma que encontrou uma nova maneira de ver a vida. “Hoje eu vejo a vida de uma maneira muito melhor, aproveito mais as coisas boas. Isso o câncer me ensinou”, finaliza.

COMO PREVENIR O CÂNCER·  

  1. . Não fume – o cigarro é responsável por 30 % das mortes por câncer
  2. · Mantenha uma dieta equilibrada rica em frutas e verduras e reduza proteína animal do cardápio
  3. · Procure ficar no seu peso ideal, evitando sobrepeso ou obesidade
  4. · Quadros infecciosos, causados por vírus ou bactérias, estão relacionados com 17% de todos os cânceres
  5. · É fundamental adotar um comportamento de sexo seguro e vacinar as adolescentes contra o HPV antes do início da vida sexual

Carnaval Popular 2012


Carnaval de rua 2012 leva cerca de 20 mil pessoas à Avenida do Samba

SÃO MIGUEL DO OESTE

Cerca de 20 mil pessoas passaram pela Avenida do Samba neste final de semana para acompanhar os dois dias de desfiles do 4ª Carnaval Popular de São Miguel do Oeste. A festa deu continuidade às comemorações de 58 anos de emancipação político-administrativa do município.
Segundo a secretária da cultura, Maria Tereza Capra, pelo quarto ano consecutivo, o carnaval de rua de São Miguel do Oeste reuniu milhares de espectadores e superou as expectativas. “Percebemos que a cada ano tem melhorado tanto no que se refere à participação dos blocos e organização do desfile, quanto da sociedade migueloestina que veio contemplar e participar dessa grandiosa festa. Isso comprova a alegria de nosso povo e a arte que é expressa no sorriso de quem prestigia esse momento”, relata.
Na tarde de sábado, 18, as crianças puderam aproveitar o carnaval infantil que teve início às 16h30 na Avenida do Samba. Os palhaços Pirulito e Clickertz estiveram presentes para animar ainda mais o carnaval das crianças com muitas brincadeiras, danças e coreografias. Maria Tereza ressalta que a promoção do carnaval infantil reascende a importância do resgate da cultura também para o público infanto-juvenil. “É um momento de descontração, onde os pais puderam participar junto com os filhos e repassar a cultura do carnaval, das fantasias e de todo contexto que envolve essa festa”, justifica.
No domingo, 19, foi a vez dos blocos de rua trazerem alegria e colorido para a Avenida do Samba. Os blocos Melhor Idade, Caixaça, Perdidão, Loks, Katukanela e Os Bartira, integrantes da 1ª divisão, cumpriram todos os quesitos e vão receber R$ 2000 cada um. O último bloco a desfilar foi o Cia da Alegria, único integrante da divisão especial. Avaliado em 10 quesitos, o bloco vai receber o prêmio de R$ 15.000. A premiação deve acontecer a partir das 19h de hoje, no Farol Back Door.

Texto e fotos: Camila Hundertmarck

Bloco Caixaça foi o primeiro bloco a desfilar na Avenida do Samba


Mestre-Sala e Porta-Bandeira do Os Perdidão
Mestre-Sala e Porta-Bandeira do bloco Caixaça

  
Terceira idade também marcou presença na Avenida do Samba
Integrantes do bloco Os Perdidão homenagearam amigo
 morto em acidente no ano passado


Rei e Rainha da terceira idade desfilaram e assistiram aos desfile de camarote

Mestre-Sala e Porta-Bandeira do Loks 

Mestre-Sala e Porta-Bandeira do bloco Katukanela

Mestre-Sala e Porta-Bandeira do bloco Os Bartira


O Bloco Cia da Alegria foi o único a desfilar pela Divisão Especial

Mestre-Sala e Porta-Bandeira do Cia da Alegria

Bateria do Cia da Alegria levantou a platéia

Carro Abre-Alas do bloco Cia da Alegria

Passistas do Cia da Alegria fizeram a festa 

As crianças também fizeram bonito no desfile dos blocos

Carro alegórico do Cia da Alegria

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Crítica

Será mesmo que a justiça tarda mas não falha?

Camila Hundertmarck

Queria respirar aliviada sabendo que todos os crimes nunca ficarão impunes. Mas quer saber? Eu não acredito nisso. Todos os dias, centenas de pessoas morrem vítimas da violência que assola a nossa sociedade. Crimes que ficam no anonimato, que são passados para o papel mas não saem dele. É preciso que a imprensa noticie uma, duas, três, dezenas de vezes. É preciso que a população se revele, confeccione cartazes implorando por justiça para que ela aconteça de alguma forma. Vocês já pararam para reparar quantas Eloás, quantas Isabelas, enfim, quantos filhos, quantos pais e quantos irmãos perdem a vida todos os dias e ficam no esquecimento? Queria poder ter a certeza que esses outros Lindemberg’s também sentirão a justiça na pele. Que eles também pagarão pelo crime que cometeram. Batemos palma para a condenação de um réu, quando milhares de outros estão a solta. Não dá pra ficar impune. Nenhum crime pode ficar impune por menos grave que seja. Que me perdoem as autoridades, mas a justiça brasileira tem que evoluir muito, se é mesmo que ela existe.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Acidente na BR-158 neste domingo

Durante nossa viagem de volta das férias no Rio Grande do Sul, encontramos no meio da estrada uma aglomeração de curiosos. No meio da rodovia, um Palio branco com a frente totalmente destruída. Mais ou menos cem metros depois, um Focus branco capotado. O dono do Focus, conta que o motorista do Palio invadiu a pista e bateu na lateral de um outro carro para, depois, se chocar contra o seu carro. Felizmente, os motoristas sofreram apenas ferimentos leves. Confira as fotos abaixo:

Fotos: Camila Hundertmarck