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segunda-feira, 26 de setembro de 2011
SER GAÚCHO
A tradição e o orgulho que passa de geração a geração
A Semana Farroupilha envolve gaúchos natos e também seus descendentes,
que mesmo fora do Rio Grande do Sul continuam cultuando as tradições e relembrando
seus heróis há mais de 160 anos
Camila Hundertmarck
SÃO MIGUEL DO OESTE
O dia 20 de setembro é um dos dias mais festejados do Sul do País. Pelo
Brasil inteiro estão espalhados milhares de representantes deste povo que
perpetua ano após ano sua tradição e cultura. O povo gaúcho procura relembrar,
através das festividades da Semana Farroupilha, sua história com o
tradicionalismo e o orgulho que carrega por sua cultura e costumes. Em São
Miguel do Oeste não é
diferente. Apesar de não fazer parte do Estado do Rio Grande do Sul, a
população migueloestina, juntamente com os gaúchos que residem aqui, seguem
todo o ano uma série de programações comemorativas ao dia 20 de setembro.
Pelas andanças nos principais pontos de encontro dos
representantes do povo gaúcho em
São Miguel do Oeste não é difícil ver diferentes gerações envolvidas
no universo tradicionalista. São crianças, jovens, adultos e idosos que
participam das festividades da data por se identificar com a identidade desse
povo.
O migueloestino Ernani Werlang participa há oito anos
do Grupo de Cavalarianos do Centro de Tradições Gaúchas Porteira Aberta. Todo o
ano ele faz questão de trazer o filho Guilherme, de 8 anos, para participar das
comemorações. “Sou de São Miguel do Oeste, mas participo porque acho que temos
que nos identificar com alguma cultura. Povo sem cultura não tem identidade”, lembra.
Para ele, o fato de ser migueloestino não o impede de admirar a cultura do
Estado vizinho. “Admiro a cultura gaúcha por que ela fala de honra, de coragem,
de lealdade e, principalmente, de família”, justifica Werlang.
O pequeno Guilherme, vestido conforme manda a tradição
gaúcha, conta que acompanha o pai porque gosta de participar. “Eu venho porque
gosto. E o que eu mais gosto de fazer é andar a cavalo”, conta.
Ana Clara
Ortigara, 13 anos, faz parte da Invernada Artística há um ano e meio e diz que
teve o incentivo dos pais para participar do grupo de danças gauchescas. “Participo
desde pequena, pois sempre tive o incentivo da minha família que admira essa
tradição”, conta. Neta de gaúchos, Ana Clara conta ainda que tem orgulho de fazer
parte da cultura gaúcha. “Quando nos apresentamos, sinto uma emoção e um
orgulho muito forte por poder participar”, diz.
50 ANOS DE HISTÓRIA
A história do tradicionalismo gaúcho na cidade de São
Miguel do Oeste teve início oficialmente em dezembro de 1959. Com mais de 50
anos, o Porteira Aberta foi o primeiro CTG do Estado de Santa Catarina. Naquela
época, Alexandre Tiezerini, Padre Aurélio Canzi e Hipólito Ribeiro conseguiram,
através de doações e investimentos próprios, colocar em pé o primeiro CTG do
Estado.
A formação da arquitetura rústica e
simples do CTG na época foi feita pela própria comunidade, que participou de cada
etapa do processo de construção. “A gente sente orgulho de ter ido atrás e
ajudar. O CTG surgiu com captação de recursos próprios, mas todos colaboravam
de alguma forma”, conta Glaene Hermelinda Tiezerini, filha de Alexandre. Conforme
ela, que é 1ª sota capataz do CTG, cargo semelhante ao de 1ª secretária, o
intuito do pai ao sair da cidade gaúcha de Passo Fundo era vir a São Miguel do
Oeste para fundar um jornal. A idéia não saiu do papel e cedeu espaço para o
projeto e execução de um programa de rádio. “O programa Saudades da Querência é
transmitido até hoje pela Rádio Peperi AM e é o mais antigo programa de rádio com
transmissão ao vivo no Brasil”, conta Glaene.
Hoje, mais de meio século depois, o CTG
dispõe de uma ampla sede. A memória das toras de madeira que lhe deram formato
em 1959 fica reservada apenas para as fotografias guardadas com carinho e
orgulho por aqueles que participaram de sua construção. “A gente sempre quer
que a tradição continue, que ninguém deixe isso morrer. É tão bonito”, exalta
Glaene.
Uma paixão
traduzida em forma de música
É impossível pensar em Rio Grande do Sul sem
lembrar das reuniões dançantes animadas por milongas, chamamés e vaneiras.
Gaiteiros, violeiros, intérpretes e compositores da música tradicionalista gaúcha
traduzem no cantar e tocar a paixão pelo seu Estado.
Miguel Marques é um deles. Com 30 anos de carreira e
17 CD’s lançados, o santiaguense é um dos mais conhecidos cantores e
compositores da música nativista gaúcha. Para ele, não há nada melhor do que
demonstrar em forma de canção, o orgulho que tem de fazer parte da história do
Rio Grande do Sul. “Nas minhas temáticas de composição sempre procuro trabalhar
a simplicidade da vida no campo. São essas coisas simples que me dão entusiasmo
para compor”, conta.
Para Miguel, uma das músicas que melhor descreve o sentimento
de ser gaúcho é a intitulada “Ainda existe um lugar”, composta em parceria com
outro grande tradicionalista gaúcho. “A música é uma das mais pedidas, pois, é
um autorretrato da tranqüilidade da vida no campo”, diz Miguel.
Miguel não se restringe a fazer shows apenas no Rio
Grande do Sul. Conforme ele, as apresentações acontecem em CTG’s e clubes do País
inteiro. Para o tradicionalista, o passar do tempo ajudou a estreitar os laços
de orgulho pela cultura gaúcha. “O sentido de amor pela nossa tradição melhorou
muito. Hoje a juventude voltou a usar bombachas e tomar mate nas praças e isso
é muito importante para manter viva a nossa cultura”, relata.
NO RITMO DA DANÇA
O gaúcho é um dos povos brasileiros que mais cultua
suas tradições. Além da música nativista, o Estado do Rio Grande do Sul possui
inúmeras danças típicas. A vaneira e o chamamé são alguns dos ritmos mais
conhecidos e representados em Centros Tradicionalistas pelo Brasil a fora.
Jeni de Fátima Sebben é coordenadora de Invernada
Artística há 12 anos. Gaúcha de Frederico Westphalen, mora em São Miguel do Oeste há mais
de 30 anos. Além de ensinar os passos dos diversos ritmos da cultura
riograndense, Jeni conta que também trabalha com seus alunos valores de
comportamento e postura. “Exigimos acima de tudo educação, caráter e bom
comportamento”, diz.
Conforme a coordenadora, a indumentária gaúcha, roupa
típica usada por homens, mulheres e crianças, segue o padrão Paixão Côrtes,
desbravador da cultura gaúcha. “Todas as prendas têm uma cor e modelo de
vestido. Assim também funciona com os peões, que usam diferentes cores nas
bombachas, camisas e lenços”, explica. Para ela, ensinar jovens a dançar ritmos
que estão na raiz do tradicionalismo gaúcho é gratificante. “É um sentimento de
amor à Pátria e à tradição gaúcha. É muito bom poder passar isso para as
crianças”, diz.
CULINÁRIA QUE
GANHOU O BRASIL
O Estado do Rio Grande do Sul é conhecido no País
inteiro pela culinária. Tendo como prato principal o churrasco, o gaúcho é um
dos únicos estados brasileiros a disseminar sua culinária por todo o território
nacional. O churrasco e o chimarrão são os principais hábitos entre esse povo e
é difícil achar um deles que não faça essa combinação. O santiaguense Éderson
Galvão Flores que o diga. Nas rodas e reuniões com os amigos, o churrasco é
sempre o cardápio escolhido. “Além de ser muito bom, é gaúcho, é da nossa
terra”, diz.
Por conta da carreira militar, o 3º sargento do Exército
mora há aproximadamente dois anos em São Miguel do Oeste. Porém, não deixou os
costumes de sua terra para trás. Pilchado e com uma adaga na cintura, Galvão
foi eleito pelos colegas para ajudar a assar os costelões em comemoração à
abertura da Semana Farroupilha. Um fogo de chão e alguns pedaços de taquara foram
suficientes para que a festa começasse. “Esse é o verdadeiro modo de fazer
churrasco e surgiu bem no início da nossa história, pela falta de
infra-estrutura dos gaúchos viajantes”, afirma.
Segundo Galvão, o churrasco ficou famoso e chegou às
outras regiões brasileiras por conta das longas viagens que os vaqueiros faziam
por todo País. “O gaúcho é um desbravador. Ele foi levando nossa cultura para
os outros estados quando viajava e assim ela foi se espalhando", finaliza.
Gírias, a estranha comunicação entre os jovens
SÃO MIGUEL DO OESTE
Camila Hundertmarck
Guilherme Giongo - 17 anos
Uma linguagem irreverente
e cheia de palavras novas. Significados que confundem a cabeça da gente e que
só a garotada mesmo consegue entender. A gíria é um fenômeno de linguagem
especial usada por certos grupos sociais pertencentes a uma classe ou a uma
profissão em que se usa uma palavra não convencional para designar outras
palavras formais da língua com intuito de fazer segredo, humor ou distinguir o
grupo dos demais, criando um jargão próprio. É fato. As conhecidas gírias
fizeram por gerações a cabeça dos jovens e é quase impossível não ver um deles
usar essa forma de comunicação. É um “irado” pra cá, um “sussa” pra lá, um vai
e vem de estilos e palavras que tornam o diálogo entre eles bem mais simples e
descontraído.
Guilherme Giongo, 17 anos,
está no 3º ano do ensino médio e garante que na escola onde estuda as gírias
estão sempre presentes no bate-papo com os colegas. “Usamos a gíria porque ela
possibilita um clima de descontração e uma espécie de vínculo com o grupo”,
conta. Para ele, esta é uma forma de mostrar a identidade de cada um. “A gente
cria uma linguagem própria, uma forma de nos diferenciarmos do resto das
pessoas”, relata o estudante.
Porém, mesmo quem faz uso
freqüente de gírias no dia-dia sabe que há momentos inoportunos para o seu uso.
Guilherme, por exemplo, afirma que sabe bem selecionar esses momentos. “Sei quando eu posso falar ou não desse
jeito. Em uma entrevista de emprego, por exemplo, não podemos falar usando
gírias porque com certeza não vamos conseguir a vaga. Isso certamente prejudica
nessas horas”, afirma Guilherme.
O ambiente escolar é um
dos locais mais passiveis ao uso desse tipo de linguagem. No intervalo das
aulas, por exemplo, a garotada se encontra para colocar o papo em dia. A partir
daí, surgem dezenas de novas palavras que devem compor o estilo e identidade de
cada um. Conforme o professor Vinícius Pompéo, a gíria surge como uma forma de
personalizar a comunicação entre os jovens. “A
gíria dá um sentido próprio à comunicação de cada geração e isso se confirma
quando analisamos que as gírias de hoje são completamente diferentes das usadas
há 10 anos”, afirma.
Segundo
Pompéo, além de construir e identificar o estilo de cada um, as gírias
possibilitam ainda facilidade nas relações de convívio em grupo. “Acredito que
a gíria funciona como um mecanismo usado para aproximar e facilitar as relações
através de um modelo de linguagem próprio”, relata. Para ele, que é professor
nos ensinos fundamental e médio, a gíria usada em sala de aula pode auxiliar no
interesse e aprendizado do aluno. “Em sala de aula, quando uso algumas gírias,
sinto meus alunos bem mais próximos e respeitosos em relação ao ensino e
aprendizagem. Eles se identificam”, conta.
Marisa da
Silva, 18 anos, se prepara para prestar vestibular em um cursinho preparatório
da cidade. A estudante acredita que, apesar de ter virado moda entre a
garotada, a gíria pode prejudicar na hora de escrever redações em processos
seletivos. “A gente precisa estar atento na hora de escrever uma redação, pois
acaba se acostumando a falar assim e isso pode nos prejudicar na hora de
escrever”, afirma a estudante.
Ao
contrário de Marisa, Pompéo acredita que as conseqüências do uso desse tipo de
linguagem, não são de todo ruins. “Acredito que as
conseqüências podem ser boas também, pois isso facilita a comunicação. No meu
caso, uso isso a meu favor e a favor da aprendizagem do aluno”, relata Pompéo.
A
irreverente linguagem das gírias é compreendida apenas por aqueles que
pertencem à mesma tribo e, mesmo caindo cada vez mais em aceitação na
sociedade, ainda causa certo desconforto para aqueles que defendem o uso da
linguagem culta. Porém, não se pode negar que as gírias estão com tudo no
universo da garotada e têm importante papel na hora de mostrar a personalidade
e identidade de cada um. “Como educador não posso fechar os olhos para esta realidade.
Cabe a nós, pais e professores, limitar e direcionar o uso destas gírias e
expressões de linguagem”, finaliza Pompéo.
ESSA MODA É DA HORA!
Conforme
definição dos principais dicionários, a palavra “gíria” é um fenômeno de
linguagem usada por indivíduos pertencentes a determinados grupos sociais ou
profissões. Mas não é de hoje que a garotada cria novas palavras para se
comunicar. Há cinquenta ou sessenta anos, por exemplo, as primeiras gírias
começaram a surgir, se tornando mania entre os jovens e adultos. A expressão
“broto”, por exemplo, era usada por nossos pais e avós para definir uma mulher
jovem e atraente. Além desta, outras centenas de gírias deixaram de existir
porque caíram em desuso com o passar do tempo.
De certa forma, todos os
grupos sociais possuem necessidade de criar palavras e expressões novas para
usar no dia a dia do trabalho e lazer. Assim, os jovens não são os únicos a
criar e utilizar esses novos conceitos. Advogados, médicos, bombeiros e
policiais, por exemplo, possuem um modo específico de falar ligado à profissão,
são os chamados “jargões”.
As gírias variam ainda de
acordo com determinada região. O Estado de Santa Catarina, por exemplo, possui
gírias e expressões específicas que vão surgindo no dia a dia da população. Uma
das mais conhecidas entre a população catarinense é a expressão “Ei Tchó”.
Quando ouvir por aí “Ei Tchó não leve por xingamento, não. A expressão é usada
para quando se quer chamar uma pessoa.
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sexta-feira, 16 de setembro de 2011
Opinião
Não
é mais novidade...
Não
é mais novidade. Quem vê fala. Quem não vê, fica louco pra saber se é aquilo
tudo mesmo. E é aquilo tudo mesmo.
Na
história há muitos deles. Grandes, pequenos, brancos ou negros. Não importa.
Eles ovacionam milhares de pessoas. São motivo de lágrimas de felicidade e
sorrisos tensos de preocupação.
Porto
Alegre tem um deles. O Brasil também tem. Sua cor é o vermelho. A mesma cor do
sangue que corre nas nossas veias e do coração que bate no ritmo do mais bonito
hino do esporte brasileiro.
A
sua camisa é a 9. A camisa de milhares de gaúchos também. A capacidade dele, muitos
outros tem, mas o talento de ir lá e fazer com categoria é dele.
Ele
se promoveu fazendo o que sabe bem fazer e hoje é observado por grandes nomes
do cenário internacional. Mas dói pensar em vê-lo partir. Ninguém quer que o homem
das bicicletas, lambretas e do inusitado que sempre faz acontecer, deixe de
pisar o gramado verdinho do Gigante.
Quando
ele veste a vermelhinha e pisa naquele gramado, o espetáculo começa. No embalo
das músicas tema dessa paixão, o estádio vem abaixo. E aí ele começa a escrever
mais uma página da sua história e da nossa também. Faz um, dois, ou até três
gols e nos deixa sem voz, sem ação e sem palavras. Mas quando o mar vermelho
cai em si e percebe que não é sonho nem miragem, ganha ondas gigantes,
modificadas de acordo com a vibração daquele que chora, grita e ama esse time,
sem qualquer limite.
Parece
estranho, mas milhares de pessoas estão apaixonadas por ele. Mulheres, homens e
crianças que já elegeram o ídolo da vez. Ele não usa capa de super-herói, não
sabe voar, não tem moicano nem pai famoso. Ele é o Internacional. Ele é a torcida
e a vibração. Ele é Leandro Damião.
Opinião
A EDUCAÇÃO FAZ DIFERENÇA!
Todo o dia quando chego no meu trabalho, acesso alguns sites de notícias para me interar do que está acontecendo pelo Brasil e pelo mundo. Como toda mulher, nunca deixo de dar uma espiadinha nas fofocas das celebridades pra saber quem casou com quem, quem está grávida ou acabou de se separar. Mas se tem uma coisa que eu desaprovo (e acho que não sou a única) é o fato de gente famosa ficar destratando paparazzis e fãs.
Gente, quem escolheu ser famoso? Ninguém pediu pra essas pessoas aparecerem na mídia, não. Na hora de colocar o dinheirinho no bolso, todo mundo presta, depois....É lógico que não deve ser fácil andar com um fotógrafo na cola o dia inteiro. Mas gente, vamos e convenhamos, escolhas são escolhas. Escolheu ser famoso, aguenta!
Camila Hundertmarck
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