Chuva
melhora condições de pastagens, mas
situação da água ainda é problema
situação da água ainda é problema
SÃO
MIGUEL DO OESTE
Camila Hundertmarck
Gerente regional da Casan, Gilmar Rigo |
A chuva da última terça-feira chegou a 30 milímetros em São
Miguel do Oeste e em várias cidades da região, mas ainda não melhorou o quadro
de escassez de água nos municípios do oeste catarinense. Conforme o engenheiro agrônomo da Empresa
de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), Mateus Seganfredo, foi
possível perceber melhora nas condições das pastagens, mas para recuperar os
mananciais de água e a qualidade dos grãos é preciso que chova ainda mais. “Como a parte de
pastagem tem a raiz mais superficial, ela vai dar uma rebrotada com esta chuva.
Porém, para a questão da água e para a questão de cultura de grãos,
especialmente milho e soja, onde foram localizadas muitas perdas, ainda não
mudou nada. A situação ainda é delicada, por isso, ainda existe a necessidade
de se fazer economia”, explica.
O agrônomo revela que alguns agricultores já começaram o
plantio de pastagens de inverno, mas afirma que o problema pode se repetir se a
estiagem continuar. “No plantio, algumas pessoas estão até se arriscando
a plantar algumas pastagens de inverno. Até haveria condições, mas se ficar uma
semana sem chuva, nós vamos ter problema de novo”, justifica.
Conforme o
meteorologista Ronaldo Coutinho, a previsão é de pancadas de chuva
para quase todos os dias da próxima semana. “Ainda há chances de
pancadas de chuva quase todos os dias. Em alguns pontos do oeste choverá pouco
e em outras nada. Mas não é uma chuva muito grande, o importante é que ajuda na
parte de lavoura e pastagem”, afirma. Coutinho ressalta que apesar das pancadas
regulares, a quantidade de chuva ainda é pequena para melhorar a situação da
água na região. “A chuva está voltando e já melhorou muito em relação ao que
estava no final de dezembro e janeiro, quando não chovia. Porém, não está
resolvendo em nada o problema de água. Deve levar mais tempo para a recuperação
da água. Provavelmente mais um ou dois meses”, explica.
Ele revela ainda
que a chuva em maior quantidade deve vir no final de março e nos meses que
seguem. Coutinho explica que o ideal é que a situação seja revertida aos
poucos. “O ideal é que a recuperação seja lenta, é melhor que chova 20 ou 30% a
mais em março, em abril e em maio do que ter o dobro da chuva em março. Esse
pouquinho a mais da média é suficiente para ir repondo”, relata.
O gerente regional da Casan, Gilmar Rigo, afirma que o racionamento deve continuar até
que o volume de chuva aumente. “Nós
continuamos com o sistema de rodízio atual, até porque essa chuva que veio,
embora ela seja uma chuva boa, não conseguiu evoluir a questão do nível das
águas dos mananciais. Ela trouxe uma pequena melhora, mas se nós tivermos maior
volume de chuva nos próximos dias, não há dúvida de que nós conseguiremos
normalizar a situação da água”, destaca.
Rigo ressalta ainda que o consumo
de água baixou nos últimos dias por conta da diminuição da temperatura mas o alerta
ainda é de que a população fique atenta e faça uso consciente da água até que a
situação se normalize. “O que dá pra se
notar é que diminuiu bastante o consumo, pois a temperatura baixou. Mas,
continua o alerta para que a população continue economizando até que chova um
volume grande de água. Ainda há estado de alerta e, por isso, a população
precisa continuar se conscientizando sobre o uso da água”, conclui.
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