segunda-feira, 18 de julho de 2011

Opinião

"Pé torto" põe fim ao sonho do título brasileiro

Texto de Camila Hundertmarck

Um dia após o Brasil ser vergonhosamente eliminado da Copa América pela seleção paraguaia, muitas pessoas ainda estão tentando encontrar um motivo que justifique a derrota brasileira na tarde de ontem.
O gramado de má qualidade da arena de La Plata teve, sim, papel importante no desfecho que assistimos perplexos ontem. Mas vamos ser francos, culpar o gramado apenas é falta de profissionalismo e infantilidade.

Podem dizer o que quiserem de Ronaldo, de Roberto Carlos, de Kaká, Ronaldinho Gaúcho e da leva de bons jogadores que já representaram o nosso país em Copas do Mundo e competições em geral. O tempo passa, as coisas mudam mesmo, e é preciso entender que não se pode esperar de um jogador no final da carreira, o futebol que jogou no início dela. Mas há de se concordar que não se tem mais uma seleção brasileira como antigamente.

Ontem, no final da partida contra o Paraguai, o atacante Robinho foi questionado por um repórter de uma TV espanhola ou argentina sobre a atuação da equipe brasileira na Copa América. "Fizemos uma boa Copa América", disse ele. Mas cá entre nós, se "bom" na visão do atacante é empatar nas duas primeiras rodadas da fase de grupos, vencer do Equador e perder para a seleção paraguaia por 2 a 0 nos pênaltis, então acho que ele deve ter algum problema em entender o escolher as palavras que usa.

Júlio César também fez feio. O goleiro brasileiro que está entre os 10 melhores goleiros do mundo levou dois frangos no jogo contra o Equador e se antecipou na cobrança dos pênaltis na partida contra o Paraguai.

Porém, uma seleção é uma equipe. Ninguém joga e defende um time sozinho e nisso o time brasileiro também pecou. Neymar se preocupou com as firulas e com o penteado. Lucas Leiva pouco apareceu, parecia ter medo da bola. Maicon entrou pra dar o gás que faltou em Daniel Alves. Paulo Henrique Ganso ignorou o futebol que joga no Santos. Pato até tentou, mas sozinho não dá. Ramires e Thiago Silva, grandes nomes, grande futebol. Robinho tentou algumas vezes mas a bola não queria entrar. Lúcio e Elano, uns dos mais experientes, não mostraram o futebol que sabem jogar.

Resultado: Enquanto a seleção do Paraguai comemorava a classificação para a semi-final, uma das seleções mais temidas da história do futebol mundial sai de campo de cabeça baixa, sem dar entrevista. Postura de um time fraco, desgastado, que não quer aparecer quando apresenta um futebol feio e decepciona seu país. Conduta ainda mais lastimável que o futebol que foi jogado.

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