Quanta ignorância
A foto do dia de hoje, mostra o ex-presidente da República Luís Inácio Lula da Silva com a equipe de médicos do Hosítal Sírio-Libanês, em São Paulo. Após receber o diagnóstico, no último sábado, de que está com câncer na laringe, o ex-presidente passou hoje pela primeira seção de quimioterapia. Conforme a equipe médica responsável pelo tratamento de Lula, o câncer tem agressividade média. Apesar da recente descoberta, o presidente tem agido de forma tranquila e serena, conforme a esposa Marisa.
Após a informação da doença ter saído na mídia, a galera das redes sociais começou a malhar o ex-presidente pedindo que ele fizesse o tratamento pelo SUS. A foto com estes dizeres já teve milhares de compartilhamentos em uma das redes sociais mais famosas da atualidade. O que se observa é que o brasileiro tem grande prazer em debochar da dor alheia. Lula enquanto presidente deixou sim a desejar em muitos momentos mas, como dito na coluna de Gilberto Dimenstein de ontem, foi o presidente que mais investiu no social. A atitude desses internautaus é de se envergonhar.
Abaixo, a coluna de Gilberto Dimenstein para quem quiser conferir:
O câncer de Lula me envergonhou
Senti um
misto de vergonha e enjoo ao receber centenas de comentários de leitores para a
minha coluna sobre o câncer de Lula. Fossem apenas algumas dezenas, não me
daria o trabalho de comentar. O fato é que foi uma enxurrada de ataques
desrespeitosos, desumanos, raivosos, mostrando prazer com a tragédia de um ser
humano. Pode sinalizar algo mais profundo.
Centenas de e-mails pediam que Lula não se tratasse
num hospital de elite, mas no SUS para supostamente mostrar solidariedade com
os mais pobres. É de uma tolice sem tamanho. O que provoca tanto ódio de uma
minoria?
Lula teve muitos problemas --e merece ser criticado
por muitas coisas, a começar por uma conivência com a corrupção. Mas não foi um
ditador, manteve as regras democráticas e a economia crescendo, investiu como
nunca no social.
No caso de seu câncer, tratou a doença com extrema
transparência e altivez. É um caso, portanto, em que todos deveriam se sentir
incomodados com a tragédia alheia.
Minha suspeita é que a interatividade democrática
da internet é, de um lado um avanço do jornalismo e, de outro, uma porta direta
com o esgoto de ressentimento e da ignorância.
Isso significa que um dos nossos papéis como
jornalistas é educar os e-leitores a se comportar com um mínimo de decência.
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